quarta-feira, 13 de maio de 2009

A POESIA DO NADA OU NADA DE POESIA

de Marcial Salaverry

Para que serve o Nada?
Só para trazer beleza à tristeza.
Não gosto deste tipo de Nada...
E se não resta nada,
para que ficar olhando para o Nada?
E melhor ir nadando,
e assim encontramos um Nada...dor,
mesmo sem nada de dor,
que vira poeta do Nada,
e dá um sentido aquela gente de nada,
que é meio danada...
Respeitando o poema Nada,
que tem beijos sem mais nada....
Por vezes, o Nada é Tudo...
Quando falamos em
nada de maldade,
nada de drogas,
nada de vícios,
nada de crimes...
Esse Nada, quer dizer
tudo de bondade,
tudo de saúde,
tudo de bons costumes,
tudo de Paz...
Assim, o Nada, é Tudo...
Bem melhor, do que quando
Tudo, é um reles nada...
O nadando está bestando,
só porque tem algo com Nada...
Ou seja, nada a ver com o poema,
mas como nada é nada,
então, nadando, pode ser que nada ando...
Beijos pra confundir... Mas pode continuar...
Beijos sem nada de mais, os de sempre...
Beijos danados, de bom...

SER MÃE

de Coelho Neto

Ser Mãe é desdobrar fibra por fibra
O Coração! Ser Mãe é ter no alheio
Lábio, que suga, o pedestal do seio,
Onde a vida, onde o amor cantando vibra.

Ser Mãe é ser um anjo que se livra
Sobre um berço dormindo; é ser anseio,
É ser temeridade, é ser receio,
É ser força que os males equilibra!

Todo o bem que a Mãe goza é bem do filho,
Espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!

Ser Mãe é andar chorando num sorriso!
Ser Mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser Mãe é padecer num Paraíso!!

A LÁGRIMA DE UM POETA

de Tadany – 22 06 08

O poeta serenamente observava a multidão passando
Ocupados sem saber qual o destino de suas pretensões
Seguiam as pessoas sonambulamente pelas calçadas perambulando
Instigados por uma força desconhecida, imersos em suas temporárias preocupações

Catatônicos espasmos físicos empurravam os corpos mecanizados
Enquanto o poeta se questionava com entranhável fervor
Como podem seres tão esbeltos, admiráveis e estilizados
Andarem deslustrados, sequiosos do imanente néctar do amor?

Será que eles olvidaram da excelsitude de suas naturezas
Como se um cubo de açúcar tivesse esquecido que sua essência é doçura
E por esta falsa perceptividade peregrinasse extraviado por remotas veredas
Tentando encontrar a resposta que findasse sua errônea amargura?

E outras dúvidas avassalaram o pensamento do observador poeta
Porque será que eles se arrastam autômatos sem intercambiarem um singelo olhar?
Como se fechassem a janela da alma, cujo anseio é estar fraternamente aberta
Para que a felicidade do coração alheio possa sempre lhes visitar

E porque a cortesia, esta fascinante molécula recheada de delicadeza
Parecia ter cedido seu espaço a inexplicáveis atos de solitárias individualidades
Que açoitavam qualquer tentativa de relações com ávidos golpes de rudeza
Que severamente suprimiam a congênita ânsia humana de viver na coletividade?

E onde andava a inata manifestação da venerável solidariedade incondicional
Que é a inexprimível representação da esperança que energiza as interações
Arquiteta da humana coesão que transforma a passagem numa aventura terrenal
Que energiza a alma, inspira a vida e materializa todas as augustas visões?

Absorto, suspeitoso e descrente de que uma indesejável e contraditória transformação
Havia invadido, corrompido e desvirtuado o âmago da existência humana
Inconscientemente o poeta se viu em sôfregos prantos e um indelével aperto no coração
Pois a resplandecência do homem tinha sido ocultada por uma desprezível lama

E a compaixão que sentiu o poeta, jorrou, em forma de lágrimas, desde sua essência
As quais desabaram pelo rosto num devastador vôo que se esborrachou no chão
Que ao tocar o solo, transformou-se numa visionária onda de benevolência
Que se espalhou por todos os cantos, obsequiosamente penetrando toda a criação

E os seres, que antes mecanicamente vagavam, despertaram do condicionado sono
E dos seus olhos, emanou o fulgor característico da grandiosidade que os manifestou
De seus lábios fluíram versos que aos ouvidos soavam dulcíssimo
Enquanto que dos atos, um afável desejo de intercâmbio e apoio mútuo os cativou

E aquele que, outrora, cobiçosamente labutava para exaltar seu limitado egocentrismo
Compartilhou toda a sua força moral e ativa no progresso de sua comunidade
Enquanto outros que haviam guiado suas condutas por escusados artificialismos
Visualizaram em cada detalhe da manifestação, a divina consangüinidade

E o poeta que, ainda sereno, contemplava o sublimável poder de uma lágrima
Naquele momento, entendeu que o sincero e inspirado desejo de apenas um coração
Possui a magia de transformar o quotidiano numa inigualável obra-prima
Onde cada ser, cônscio de sua essência, segue impassível pela longânime senda da evolução

Então o poeta, com a alma deleitosamente transbordando de felicidade
Vagou pelas gloriosas ruas, mansamente caminhando em direção ao lar
Usufruindo de cada molécula da alegria, virtude, esperança, paz e fraternidade
Que a nova aurora, por meio de uma lágrima, fez no homem despertar.

SER POETA...

de Fernando Reis Costa

Ser poeta é “ser mais alto”, é ser diferente!
É aquele que fala com a voz coração.
É quem sente "aquele amor ardente"
Que Camões cantou tão sabiamente
E se tornou, dos poetas, um padrão!

É ser um outro ser, “é ser maior”
(como Florbela outrora bem dizia).
É sentir o que escreve com amor
É soltar da alma o pranto e a dor,
É sentir com fervor a poesia!

Ser poeta é um dom – não se aprende.
É o ser e o poder de quem sustente
Esse dom que, escondido, surpreende…
Quando a sua vida à dor se rende
E sente uma alegria descontente!...

PARA MINHA MÃE COM CARINHO

de odeteronchibaltazar

Minha mãe é aquela que me ensinou
a amar a vida,
a ter carinho para dar,
ensinou-me a ser uma mulher.
Minha mãe é aquela que cozinha
ternuras com polenta,
e lava o cansaço
em lágrimas
que tenta esconder.
Minha mãe é aquela
que fala com o gato,
como se meu irmãos fosse,
e dá à nossa casa
o ar da manhã doce.
Minha mãe é poesia
desde o nascer do sol,
até terminar seu dia...
E eu sou o que sou
porque minha mãe,
com carinho,
ou com boas palmadas,
assim me ensinou.

PARTIU

O tempo passa,
O amor fica,
A tristeza constrange.
O sentimento purifica,
O coração se engana,
A vida ensina.

De longe observo a vida que se segue,
E diante de olhares desconhecidos espero até mesmo o inesperado,
Longo é o dia em que você partiu,
Ficaram as saudades e o teu amor a me consumir.

Vi a realidade,
Meu amor partiu
E junto levou as doces,
Levou as doces lembranças.

Sonhos concretizados,
Amores consolados,
Almas distintas,
Amores cegos.

Sentimentos,
E uma vida de castelos agora destruidos,
Foi e consigo levou o amor correspondido,
Um grande amor perdido agora não encontro mais.

Feliz deve estar,
Pois conseguiu realizar teus sonhos.
Teu olhar ainda permanece intacto em minha mente,
Tudo sempre era bom do teu lado.

Não saiu porque partiu,
Porém,
Desprezada nunca foste,
Nunca foste mal amada.
Mais agora se foi,
Não me deixaste nem um bilhete,
Não me mandaste nem um recado,
Simplesmente partiste
E nem se despediu.

Fui feliz,
Agora não mais o sou,
Pois você partiu
E simplesmente me deixou.