quarta-feira, 25 de março de 2009

SOU APENAS MULHER...

de MRegina MRibeiro
São Paulo, 30/01/2007

Sou apenas mulher...
Mas não quero mais saber do lirismo que não é libertação...
Assim como também não quero por companheira a ingratidão.
Estava ontem longe do céu, mas perto do mar...
E tenho certeza que aqui eu sou mais feliz...
Porque eu sou a irmã da solidão dos mares,
e sou apenas mulher...

Meu tormento é infindo... porque a vida inteira eu poderia
ter sido uma mulher que não fui...
Mas quando eu estiver cansada e triste
vou sempre me lembrar que a mão que afaga não é a mesma que apedreja.
E por isso eu não vou morrer sufocada...
Vou sim, colocar muitas vozes na minha raiva
e gritar bem alto: Eu sou apenas mulher...

Não sou a irmã da solidão sem sentido.
Se tenho tudo que quero, porque estou triste?
Não devo ter o hábito do sofrimento,
devo, sim, cantar porque o instante é único
e porque desejo recuar das origens da minha angústia
já que sei que estou abrindo janelas em cada poema que faço.
Isto porque, mais uma vez, eu tenho certeza que sou apenas mulher...

Vou fechar os olhos e pensar numa outra coisa.
Não quero mais chorar... e nem fazer chorar...
Não quero mais tardes e noites a esquecer...
Quero mil estrelas a cintilar e poemas a escrever,
porque sou apenas mulher...

Odeio a violência... sou apenas mulher...
Não vejo nenhuma ternura nela.
Vejo sim mágoas e lágrimas amargas.
Vejo, sim, gente humilhada... mas sou apenas mulher...
Não consigo contemplar completa selvageria.
E tenho pena dos ossos que choram...
mas ainda bem que tudo terminou.
Graças a Deus, agora é errado bater
de qualquer jeito e em qualquer ocasião.
E eu digo então: violência não!!!!

Sou apenas mulher, mas não uma mulher apenas.

Um comentário:

  1. Minha cara corujinha!!! Parabéns por mais uma iniciativa linda e cheia de amor!!!!!
    Beijos e carinhos
    Betinho

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