quarta-feira, 22 de abril de 2009

EU, EM POESIA

de Tere Penhabe


Às vezes sou guerreira, sou valente!
E o tempo me parece equivalente,
Cobro sem dó, da vida, o meu quinhão.
Quero a felicidade que preciso,
Que faz com que eu perceba o paraíso,
E veja tudo com o coração.

Meus lobos vão chegando de mansinho,
Pisando leve, bem devagarinho,
E sonolentos deitam-se em meu colo.
Esse aconchego faz-me poderosa,
Que num jardim só posso ser a rosa,
E para desbravar os céus, decolo.

Mas tudo muda um dia, de repente,
Até o sol parece descontente,
Sem ter disposição para brilhar...
Meu lobo se remexe impaciente,
Recusa o meu afago, impertinente,
Tenho a impressão de que vai me atacar...

Vejo a tristeza vindo pela estrada,
Daquele jeito seu, desengonçada,
É a peste quando quer nos agarrar.
Então a fera dá sinal de alerta,
Ergue as orelhas, olha a porta aberta,
É um ultimato para eu me apressar.

Daí eu peço ajuda a um passarinho,
Acordo as borboletas do caminho,
É quando todos vêm-me rodear.
Eu vejo claramente vir chegando,
A força que eu estava precisando,
E se faltar um pouco, tenho o mar...

Vejo transparecer toda a verdade,
Despacho sem pesar, minha ansiedade,
Dane-se tudo que vem perturbar!
Dane-se o mundo e todos os rancores,
E danem-se também os meus amores,
Nesse meu vôo, a paz eu vou buscar.

Encontro facilmente porque quero,
Porque a dor e angústia, não venero,
Que delas não é feito o verbo amar.
Esse que rege tudo em minha vida,
Que faz com que eu me sinta tão querida,
Por mim e por quem mais o desejar.

A quem não quer, eu deixo meu recado,
Que é direto, franco e bem passado:
- Não perderei meu tempo com bravatas! -
Meu verso é para quem eu quero bem,
E para quem gosta de mim também,
E tu que não me gostas, não me matas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário