quarta-feira, 8 de abril de 2009

A M E N T I R A

de Edmilson Alves

A mentira, senhora ignóbil do mundo,
É hábil e astuta...
Escondendo-se com a máscara da astúcia,
Veste mil disfarces...
E sob o manto da hipocrisia,
Dissimula a sua face!...

Daí os dois males capitais do mentiroso...
Não crer nem ser crido!...
Desgraçado e cruel é, portanto,
A sociedade corrompida com o artifício
De quem profere palavras virtuosas...
E mente com o coração.

A mentira é igual a uma bola de neve...
Quanto mais rola, mais exacerbação.
A fraude jamais alivia o coração,
São palavras proferidas sem lealdade...
Sem distinção.
Entretanto, as mais cruéis mentiras são,
às vezes, ditas em silêncio.
Sem ruído, nem vacilação.

O mentiroso compulsivo
Não ama nem odeia.
Não se apega a nenhuma doutrina...
Não se definha sob nenhum preconceito...
Não se compromete com nenhuma palavra.

É um traidor que profana e com
Gestos, palavras e juramentos,
Mente e engana...
Causando asco e pavor,
Com procedimentos
E vis pensamentos.

Finge-se moralista.
Fala a linguagem política,
Da moralidade e do perdão...
Simula-se salvador dos oprimidos...
Mas destila o ranço da corrupção!...

Sinistro...
Caminha furtivo e ausente...
Enganando e mentindo...
Com temível sentimento...

Quem és?!... (perguntam os incautos)...
Eu sou um dos componentes
Da política brasileira...
Sou a promessa que engana
Com juramentos que profana
A esperança altaneira.
Sou a programação política
Veiculada em rádio, jornais e televisão.
Que antecede a decisiva eleição
De vereadores até presidente...

Sou eternamente
A mentira do primeiro de abril...
Sou a lama do caminho...
O verme que corroi a luta do povo varonil...
Eu sou a fraude de colarinho branco...
Sou a falsidade que jamais alivia o coração...
Sou palavras proferidas sem lealdade...
E sem distinção,
Sou o silêncio... Que silencia o Brasil
Sem ruído, e sem vacilação,
Finjo ser o salvador de minha pátria!...

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